anavaldez wrote:não, eu tenho phd de lisboa, tive uma bolsa mista, nao preciso de faze opt, só novo J-1. Mas neste momento, já preciso do contrato de lisboa para a renovaçao do visto. Especialmente, porque a minha bolsa era para começar a 1 de Janeiro, por isso, como tinha compromissos assumidos aqui na universidade, mesmo sem ganhar um penny extra (tal como requerido pela exclusividade da FCT), estou a tentar aguentar o melhor possível.
Sabes, era engraçado se o processo tivesse em conta alguma prova real de mérito, se bem que nos post-docs, a nota do teu doutoramento conta e muito... e isso é a prova provada da tua capacidade (com redundância e tudo).
Pois, mas se calhar acabava por descambar como os exames nacionais devido a políticas de facilitismo (que até compreendo, mas não sei se serão as mais adequadas) :/
anavaldez wrote:
No entanto, quando os alunos da Ivy League tiverem que defender teses em público como nós o fazemos em Portugal, e nao apenas entregá-las e obter as assinaturas dos membros do committee, talvez eu lhes passe a dar maior crédito. eu já vi aqui coisas, que nem em tese de mestrado ou trabalho de licenciatura.
Os dois sistemas têm coisas boas e coisas más... e as bolsas da FCT nao seriam o mais fácil de obter se nao fossem as dangerous liaisons que se formam com a falta de avaliaçoes externas.
Concordo. A minha univ. está longe das Ivy League, mas aqui também já vi coisas muito boas e outras muito más, comparando com a UPorto e nomeadamente a FEUP. Mas regra geral, os sistemas são diferentes mas com rigor idêntico (ex: as defesas são públicas).
anavaldez wrote:
E não, não penses que não há uma concorrÊncia apertada, especialmente em áreas como a minha em que nao temos laboratórios com projectos que nos possam financiar.
Na minha área, Humanidades, é necessario encontrares recursos logísticos como livros, manuscritos, viagens, conferências, sem que possas recorrer às ditas "bench fees". Agora, parece que há uns colegas que conseguem um fundo para livros, livros esses que depis têm que ser entregues às bibliotecas das faculdades portuguesas. Isso tinha dado muito jeito, mas qdo comecei em 2004, nao se sabia disso.
lol, porque pensaria eu que em Yale não haveria concorrência?

E sou o primeiro a confirmar que o pessoal das áreas ditas STEM (Science, Technology, Engineering, and Mathematics) tem inúmeras vantagens em termos de financiamento. Se são merecidas ou não, isso já é outra conversa...
A questão das bench fees é muito pertinente, mas a mim passa-me um bocado ao lado porque só com as propinas já vou estar praticamente em cima do limite de 12500€.
anavaldez wrote:
Hoje há mais informação, mas mesmo assim é necessário saber gerir, nao ser demasiado crítico e, por exemplo, pensar que as nossas bolsas que advêm de fundos governamentais e que, por isso, nos obrigam à clausula 212, sao das poucas que nos passam o documento desvinculativo. Portugal, na realidade ajuda-nos a termos liberdade de escolha sobre o sitio onde vamos continuar a nossa carreira, sem que nos peça em troca que trabahemos no país que nos permitiu continuar a estudar e financiou o nossso trabalho.
É verdade e foi outro dos factores que me afastou da Fullbright (212). Por acaso eu nem devo precisar do tal documento desvinculativo porque quando arranjei o I-20 para o F-1 a fonte de financiamento era a univ. americana.
Não que eu tenha em vista ficar cá, mas a vida é feita de oportunidades e não quero ficar condicionado desnecessariamente.
O pessoal daqui do meu departamento ficou meio parvo quando lhes falei do valor da bolsa FCT e de tudo o que cobre (propinas, seguro de saúde, conferências, ...).
As bolsas americanas da NSF são miseráveis em comparação. O que vale é que todas as grandes empresas financiam um grande número de doutoramentos. Em Portugal, só conheço 2 ou 3 na minha área...