novos critérios

Coloca perguntas a qualquer dos bolseiros que por aqui passem.
pedrovalinho
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Re: novos critérios

Post by pedrovalinho »

"Boa pergunta. Eu encontro-me à espera do recurso da minha BPD mas já com olho na próxima candidatura, infelizmente. Aquando da elaboração da minha candidatura e como realmente o Guião de Avaliação de Bolsas 2009 apenas contemplava as normas base de referência para classificação do mérito de candidatos a BD, indaguei junto dos serviços competentes da FCT em que critérios me deveria basear para execução do meu processo BPD. A informação que obtive foi para que me baseasse na tabela das BDs, cuja aplicação era a mesma para as BPDs. Quando perguntei como podia ser a mesma, precisamente por haver mais coisas pertinentes a avaliar, foi-me dito que não havia guião para BPDs, que os avaliadores seguiam o das BDs e depois claro tinham em consideração outras coisas. (não sabemos quais, isso é deixado à sua consideração e as actas são bastante parcas em informação por vezes...)
Penso que tudo isto contribui para a desorientação de quem é avaliado e para uma grande dificuldade na preparação de uma potencial defesa..."

Olá Sara,

Obrigado pela tua resposta. De facto, não percebo como podem seguir os mesmos critérios e, depois, como que por golpe de magia, ter em conta "outras coisas" (para as quais já não há critérios!). É juntar aos cálculos matemáticos a subjectividade. Parece-me que tens razão: é a desorientação para quem se quer propor a uma bolsa!

No meu caso, então, prevejo dificuldades. Tenho apenas a licenciatura pré-bolonha (média 17). Não tenho mestrado e estou a terminar o doutoramento, mas não terei de certeza o resultado final deste no fecho das candidaturas. Terei de me contentar com o 4,0, pelo que entendo dos critérios, correcto?

Deveria ter nascido um anito ou dois mais tarde para fazer a licenciatura pós-bolonha. :D

Boa sorte a todos. Pedro
saragsilva
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Re: novos critérios

Post by saragsilva »

pedrovalinho wrote:No meu caso, então, prevejo dificuldades. Tenho apenas a licenciatura pré-bolonha (média 17). Não tenho mestrado e estou a terminar o doutoramento, mas não terei de certeza o resultado final deste no fecho das candidaturas. Terei de me contentar com o 4,0, pelo que entendo dos critérios, correcto?

Deveria ter nascido um anito ou dois mais tarde para fazer a licenciatura pós-bolonha. :D

Boa sorte a todos. Pedro
Olá outra vez Pedro,
Eu acho que o processo é todo muito dúbio e quem avalia pode usar os critérios como bem entender. A meu ver, é juntar subjectividade a mais subjectividade...podes ter sorte ou podes ter azar, acho que depende da disposição de quem avalia e da subjectividade de quem interpreta. Pode ir para os dois lados. Olha, no meu caso tive licenciatura pré-bolonha de 16, mestrado com distinção no UK, dout no UK, artigos, imensas conferências, organização de congressos, etc etc, e correram-me a 3 (T-R-Ê-S!!!) no mérito do candidato. Isto porque mudei de área da lista e como só posso fazer a mesma coisa a vida inteira pelos vistos. Antes de me candidatar a FCT disse-me que mudanças de área não constituiriam qualquer impedimento com base no regulamento desde que fossem justificadas. Contudo, a avaliação da minha candidatura foi prejudicada por este motivo, para além de quaisquer outros que não entendo, apesar da minha integração na "nova" área ser perfeitamente justificável e fruto de uma evolução natural dos meus interesses de investigação e do meu percurso académico.
Penso que a um nível de um pós-doutoramento isto não deveria acontecer. Pelo contrário, deveria haver um apoio a uma investigação interdisciplinar, quando fundamentada, integradora e inovadora, evitando assim a formação de “territórios” fechados e auto-sustentados - quando a proposta corresponder inequivocamente a uma conjugação de interesses e saberes entre a área de formação e de especialidade e a área de investigação do novo projecto claro.
Enfim, depende muito de quem interpreta.
Desejo-te a melhor sorte!
Sara
nowikissyou
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Re: novos critérios

Post by nowikissyou »

mycota wrote: (...)
Tenho uma Licenciatura com média de 17. Estou a acabar um Mestrado ainda sem publicações ou comunicações. Tendo em conta o número 9 do Artigo 19º do Regulamento de Bolsas (http://alfa.fct.mctes.pt/apoios/bolsas/regulamento2010), quais as possibilidades reais de ser avaliado pelo painel em 4,5 no mérito do candidato?
(...)
Prólogo:
Como já deves ter reparado, há muita discussão sobre esse assunto desde que Bolonha entrou em vigor. Apesar de algumas das críticas merecerem mérito, a grande parte deve-se a excessiva intransigência por parte dos candidatos que não obtiveram bolsa.

Eles não compreendem que qualquer que seja o critério de avaliação, há sempre gente que é, efectivamente, prejudicada. E se alterarem o critério, apenas mudam os candidatos que são prejudicados, e não o número ou a justiça de este candidato ter bolsa e aquele não.

Analogia: portagens nas auto-estradas, com classes definidas pela altura do veículo medida no eixo frontal (ou algo parecido). É claro que os donos de alguns jipes e monovolumes, estando muito perto do limiar, reclamam que o critério é "injusto", mas se mudassem o critério para, por exemplo, peso do veículo, a única diferença é que seriam outros a protestar (donos de veículos cujo peso estivesse perto do limiar). Nenhum dos critérios é melhor ou mais justo que o outro: são realidades distintas.

Na minha opinião, um aluno pré Bolonha (Lic. 5 anos) tem competências diferentes - não necessariamente melhores - que um pós Bolonha (Lic. 3 + Mest. 2), pelo que é impossível haver um super-critério que objectiva e inequivocamente os ordenasse a todos, sem margem de erro ou contestação, aplicável a todas as universidades, portuguesas e estrangeiras, e a todos os cursos. Solução? Escolher um critério que seja razoável e que se aplique com a menor das ambiguidades ao futuro (e não ao passado), e incluir uma componente subjectiva (painel) que possa colmatar os casos excepcionais. Isto foi particularmente importante nos anos de transição, e tende a desvanecer agora que a maioria dos candidatos é pós-Bolonha.

Nesse aspecto, acho que os critérios da FCT foram bem conseguidos, e fora alguns casos apresentados aqui no fórum em que possa ter havido uma clara falha na avaliação por parte do painel, não acho que o volume de críticas seja justificado.

Respondendo em concreto à tua questão:
Podes comprometer-te a tirar uma nota X no Mestrado e a FCT avaliar-te-à nessas condições. Se não alcançares X, automaticamente perdes a (eventual) bolsa por não poderes apresentar comprovativo oficial.

Ou podes ser mais conservador e dizer apenas que vais completar o Mestrado em breve, e assim obténs uma classificação (possivelmente inferior) no mérito do candidato que até pode ser suficiente para obteres a bolsa. Caso não consigas a bolsa, podes sempre ir a recurso e argumentar que afinal até obtiveste uma nota X que te poria num escalão superior, pelo que solicitas uma re-avaliação pelo painel, com este novo elemento.

Por outras palavras, não te preocupes com o que o painel vai fazer. Esforça-te para obter as melhores notas possíveis, e caso tenhas de ir a recurso, argumenta o melhor que conseguires. Muito provavelmente, a tua concorrência vai ser constituída por candidatos numa situação idêntica, pelo que te "basta" ser melhor que eles, independentemente do critério usado pelo painel (que em princípio vai ser aplicado igualmente).

Footnote:
Concorri a BD em 2008, com média 16 quer de Lic. pré-Bolonha (5 anos FEUP), quer de MS pós-Bolonha (1 ano FEUP) e tive 4 no mérito do candidato. Ou seja, de acordo com a tabela de então que me dava 4 pela nota da Lic., o meu Mestrado contribuiu com ZERO. Justo? Talvez não, mas qual seria a justiça se sob outro critério eu tivesse um mérito superior e outra pessoa um mérito inferior?
mycota
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Re: novos critérios

Post by mycota »

Boas,

Obrigado nowikissyou, é na verdade uma boa ajuda. Eles aqui têm aquela avaliação de 0-5 onde, pelo que deduzi até agora, um 4 equivalerá a um B (ECTS) ou 16-17 valores portugueses. De qualquer maneira, a maior parte das cadeiras nem são avaliadas, ou passa ou não passa, vamos ver, talvez só contem a tese para a nota de mestrado. Mas vou tentar como sugeres, para além da data de conclusão do mestrado, indicarei uma nota mínima esperada de B. Se o painel considerar isso, posso ter boas chances de 4,5, que como sabes aumentará brutalmente as hipóteses de ter bolsa. Talvez faça até uma chantagem brincalhona com jeitinho aqui, "ou me dão uma boa nota, ou não há fundos!" :P

De qualquer forma,
nowikissyou wrote:Por outras palavras, não te preocupes com o que o painel vai fazer. Esforça-te para obter as melhores notas possíveis, e caso tenhas de ir a recurso, argumenta o melhor que conseguires. Muito provavelmente, a tua concorrência vai ser constituída por candidatos numa situação idêntica, pelo que te "basta" ser melhor que eles, independentemente do critério usado pelo painel (que em princípio vai ser aplicado igualmente).
É realmente o mais importante, obrigado pela força

Abraço;)
trocasbaldrocas
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Re: novos critérios

Post by trocasbaldrocas »

Como já deves ter reparado, há muita discussão sobre esse assunto desde que Bolonha entrou em vigor. Apesar de algumas das críticas merecerem mérito, a grande parte deve-se a excessiva intransigência por parte dos candidatos que não obtiveram bolsa.
Intransigência hein? Alguns de nós estão a pagar o doutoramento do próprio bolso. A FCT tem uma linha de corte, uma vez que não há dinheiro para financiar toda a gente, o que é compreensível. Se vamos por esta veia de diálogo da "intransigência" também não deviam haver protestos de bolseiros para aumentar os valores das bolsas, quando há por aí muita gente a trabalhar com rendimentos claramente inferiores. Bolsas essas que são financiadas pelo estado usando dinheiro pago pelos contribuintes (como eu). Quanto maior for o valor das bolsas, menos gente vai ter bolsa. O dinheiro não cresce nas árvores. Secalhar gostavas que te aumentassem a bolsa não é?
Eles não compreendem que qualquer que seja o critério de avaliação, há sempre gente que é, efectivamente, prejudicada. E se alterarem o critério, apenas mudam os candidatos que são prejudicados, e não o número ou a justiça de este candidato ter bolsa e aquele não.

Analogia: portagens nas auto-estradas, com classes definidas pela altura do veículo medida no eixo frontal (ou algo parecido). É claro que os donos de alguns jipes e monovolumes, estando muito perto do limiar, reclamam que o critério é "injusto", mas se mudassem o critério para, por exemplo, peso do veículo, a única diferença é que seriam outros a protestar (donos de veículos cujo peso estivesse perto do limiar). Nenhum dos critérios é melhor ou mais justo que o outro: são realidades distintas.
O problema é que o critério nem é esse. Mesmo para as bolsas de pós-doutoramento "pagas a portagem" de acordo com a altura do primeiro veículo que alguma vez guiaste, não o veículo que está a atravessar a auto-estrada. E a altura do veículo é medida em cúbitos, que variam de acordo com o comprimento do antebraço da pessoa que está a medir.

Será que já te ocorreu que o doutoramento é feito numa área restrita e que a pessoa em questão pode ser excepcional naquela área, mas ter notas horríveis em coisas não relacionadas que não lhe despertaram qualquer interesse no início da licenciatura?

Até te digo mais, quando tirei a licenciatura não fazia ideia de ir tirar doutoramento, por isso não dei qualquer importância à média. Só mais para o fim do curso é que vi assuntos que me interessaram e a minha média ficou significativamente melhor. Prossegui com os estudos após a graduação porque vários professores meus sugeriram-me que o fizesse. Tive colegas com média de curso superior que eram horríveis a fazer trabalho de investigação, os orientadores ficaram contentes por se livrar deles quando o trabalho chegou ao fim.

A FCT tem de perceber o que quer. Se querem investigadores e docentes para o ensino superior devem ajustar as métricas de acordo com isso. A minha sensação é que para as BD e BPD o objectivo é aumentar o número de investigadores. Não vejo a média de licenciatura atribuída pela universidade como boa métrica para obter o resultado desejado. Não discordo que seja um dos factores considerados, pelo menos é fácil de "medir", mas está claramente a ser sobrevalorizada. Para uma BPD nem sequer devia ser critério, tal como a média de acesso à universidade não é critério para a BD.
nowikissyou
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Re: novos critérios

Post by nowikissyou »

trocasbaldrocas wrote: Intransigência hein? Alguns de nós estão a pagar o doutoramento do próprio bolso. A FCT tem uma linha de corte, uma vez que não há dinheiro para financiar toda a gente, o que é compreensível. Se vamos por esta veia de diálogo da "intransigência" também não deviam haver protestos de bolseiros para aumentar os valores das bolsas, quando há por aí muita gente a trabalhar com rendimentos claramente inferiores. Bolsas essas que são financiadas pelo estado usando dinheiro pago pelos contribuintes (como eu). Quanto maior for o valor das bolsas, menos gente vai ter bolsa. O dinheiro não cresce nas árvores. Secalhar gostavas que te aumentassem a bolsa não é?
Perdeste uma boa oportunidade para estares calado(a). Não só comecei o doutoramento no ano anterior à minha candidatura à bolsa da FCT (comportando os custos), como tinha e tenho planos de contingência, se por algum motivo a FCT reduzir/cancelar a BD. A bolsa permite-me dedicar a totalidade do meu tempo ao Doutoramento, mas como muitos antes e depois de mim te poderão informar, é perfeitamente possível trabalhar e tirar o Doutoramento ao mesmo tempo, já para não falar de empréstimos e/ou outros apoios e fontes de rendimento que não estejam ligados à FCT.

Além disso, nunca reclamei nenhum aumento para a minha BD: acho que o montante está adequado aos custos que tenho. Quem estiver numa situação diferente, faz muito bem em lutar pelos seus direitos.

Quanto ao teu pseudo-argumento de que há muitos trabalhadores com ordenados inferiores aos valores das bolsas, aproveito para te lembrar que os bolseiros não são trabalhadores - consulta o Estatuto. Ainda por cima, a grande maioria dos trabalhadores com ordenados inferiores aos dos bolseiros não têm a qualificação necessária para desenvolver trabalho científico.
trocasbaldrocas wrote: Será que já te ocorreu que o doutoramento é feito numa área restrita e que a pessoa em questão pode ser excepcional naquela área, mas ter notas horríveis em coisas não relacionadas que não lhe despertaram qualquer interesse no início da licenciatura
Deves ter uma visão muito estranha da realidade, se achas que alguém que tirou uma nota medíocre na Licenciatura tem a mesma probabilidade a priori de ser bem sucedido num Doutoramento que alguém que tirou uma nota mais elevada. Casos excepcionais são isso mesmo: excepcionais; e se alguém é assim tão bom na área específica do Doutoramento, não faltarão interessados em financiar esse desenvolvimento.
trocasbaldrocas wrote: Até te digo mais, quando tirei a licenciatura não fazia ideia de ir tirar doutoramento, por isso não dei qualquer importância à média. Só mais para o fim do curso é que vi assuntos que me interessaram e a minha média ficou significativamente melhor. Prossegui com os estudos após a graduação porque vários professores meus sugeriram-me que o fizesse. Tive colegas com média de curso superior que eram horríveis a fazer trabalho de investigação, os orientadores ficaram contentes por se livrar deles quando o trabalho chegou ao fim.
Ou exageraste profundamente no teu texto ou os orientadores que referes não devem ser lá grande coisa, se não se importaram em ficarem associados permanentemente a um trabalho sem qualidade. Qualquer orientador que se preze teria sido mais cauteloso na escolha dos colaboradores e/ou teria terminado relações se os colaboradores não atingissem os níveis de qualidade a que se tinham comprometido.
trocasbaldrocas wrote: A FCT tem de perceber o que quer. Se querem investigadores e docentes para o ensino superior devem ajustar as métricas de acordo com isso. A minha sensação é que para as BD e BPD o objectivo é aumentar o número de investigadores.
Não, tu é que tens de deixar de ser presunçoso e compreender que a FCT sabe o que quer e dinamicamente toma medidas para alcançar os seus objectivos. Do site da FCT:
A missão da FCT é promover continuadamente o avanço do conhecimento científico e tecnológico em Portugal, explorando oportunidades que se revelem em todos os domínios científicos e tecnológicos de atingir os mais elevados padrões internacionais de criação de conhecimento, e estimular a sua difusão e contribuição para a melhoria da educação, da saúde e do ambiente, para a qualidade de vida e o bem estar do público em geral.

Esta missão concretiza-se principalmente através da concessão de financiamentos na sequência de avaliação de mérito de propostas de instituições, equipas de investigação e indivíduos apresentadas em concursos públicos, e também através de acordos de cooperação e outras formas de apoio em parceria com universidades e outras instituições públicas e privadas, em Portugal e no estrangeiro.
O papel da FCT é claramente mais vasto do que "querer aumentar o número de docentes e investigadores no ensino superior". E desde quando é que querer aumentar o número de investigadores é algo criticável?
trocasbaldrocas wrote: Não vejo a média de licenciatura atribuída pela universidade como boa métrica para obter o resultado desejado. Não discordo que seja um dos factores considerados, pelo menos é fácil de "medir", mas está claramente a ser sobrevalorizada. Para uma BPD nem sequer devia ser critério, tal como a média de acesso à universidade não é critério para a BD.
Estás sempre a tempo de mandar a tua proposta para a FCT, ABIC ou directamente para os grupos parlamentares na AR. Mas se realmente quisesses contribuir para o progresso dos bolseiros, já o terias feito em vez de vir para aqui espalhar desinformação e acusações infundadas.
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Re: novos critérios

Post by nowikissyou »

mycota wrote: Obrigado nowikissyou, é na verdade uma boa ajuda. Eles aqui têm aquela avaliação de 0-5 onde, pelo que deduzi até agora, um 4 equivalerá a um B (ECTS) ou 16-17 valores portugueses.
Confere com o anexo III (click).
mycota wrote: Talvez faça até uma chantagem brincalhona com jeitinho aqui, "ou me dão uma boa nota, ou não há fundos!" :P
Com essa frase, apesar do tom sardónico, só estás a denegrir o teu mérito e o da tua instituição.
trocasbaldrocas
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Re: novos critérios

Post by trocasbaldrocas »

nowikissyou wrote:Quanto ao teu pseudo-argumento de que há muitos trabalhadores com ordenados inferiores aos valores das bolsas, aproveito para te lembrar que os bolseiros não são trabalhadores - consulta o Estatuto. Ainda por cima, a grande maioria dos trabalhadores com ordenados inferiores aos dos bolseiros não têm a qualificação necessária para desenvolver trabalho científico.
Nem é preciso ir muito longe. Experimenta consultar os valores auferidos por um Monitor numa universidade (valor ainda mais reduzido nos politécnicos) do ensino superior português. As qualificações não são assim tão diferentes, frequentemente até são as mesmas pessoas.

Se é verdade que quem tem mais experiência de trabalho no sector privado ganha melhor, quem estiver no 1º emprego ganha frequentemente pior que um BD. E adivinha a que local da tabela salarial irão parar mestrados de Bolonha que nunca trabalharam antes na vida? O problema da BD é que não existe progressão salarial. E isto só é problema porque os investigadores e docentes em início de carreira, em Portugal, são mantidos em situações precárias. Como tu mesmo disseste a BD não é um salário.
nowikissyou wrote: Deves ter uma visão muito estranha da realidade, se achas que alguém que tirou uma nota medíocre na Licenciatura tem a mesma probabilidade a priori de ser bem sucedido num Doutoramento que alguém que tirou uma nota mais elevada. Casos excepcionais são isso mesmo: excepcionais; e se alguém é assim tão bom na área específica do Doutoramento, não faltarão interessados em financiar esse desenvolvimento.
Conheço muita gente diferente. Conheço gente que tinha a média no topo desta tabela, começou a trabalhar durante a licenciatura, e depois a média caiu a pique. Alguns nunca chegaram a acabar o curso. Também conheço gente que tinha média horrível no início da licenciatura (problemas de inserção no meio, falta de interesse, ou distracções a mais) a quem a média subiu posteriormente. Conheço gente que cá em Portugal só tinha média para ir para a Universidade de Évora que foi estudar para instituições de topo no Reino Unido e EUA, e acabaram com médias excelentes. Conheço gente que auto-financia o doutoramento; também conheço gente que conseguiu financiamentos de projecto a nível internacional quando a FCT não lhes dava um tostão furado; conheço gente que foi tirar o doutoramento no estrangeiro para não pagar propinas. Se preferes ter uma perspectiva redutora do problema isso é contigo.
nowikissyou wrote: O papel da FCT é claramente mais vasto do que "querer aumentar o número de docentes e investigadores no ensino superior". E desde quando é que querer aumentar o número de investigadores é algo criticável?
Não deves ter lido o que escrevi. Eu disse que a FCT tem de decidir para que quer os BD e BPD. É mesmo só para encher chouriços numa fábrica de diplomas? Eu sei muito bem que a FCT financia mais que as BD e BPD.
E nunca disse que aumentar o número de investigadores é criticável, bem pelo contrário. Só que há maneiras melhores de o fazer que com estes critérios para BD e BPD.
nowikissyou wrote: Estás sempre a tempo de mandar a tua proposta para a FCT, ABIC ou directamente para os grupos parlamentares na AR. Mas se realmente quisesses contribuir para o progresso dos bolseiros, já o terias feito em vez de vir para aqui espalhar desinformação e acusações infundadas.
Ou seja só quem já é actor no campo político ou associativo é que tem direito a opinião? Isso é engraçado.
mycota
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Re: novos critérios

Post by mycota »

Olá nowkissyou,
Obrigado por todas dicas. A tua dedicação e ajuda agradeço bastante colega.

Mas quanto à tua última frase:
nowkissyou wrote:Com essa frase, apesar do tom sardónico, só estás a denegrir o teu mérito e o da tua instituição.
Absolutamente desnecessária, meu caro.

Quando escrevemos nestas plataformas temos de ter muito cuidado com as interpretações e procurar sempre, mas mesmo sempre, promover um bom ambiente com base nas regras da moderação, assertividade, cordialidade e complacência para com os outros na mesma comunidade, para que todos interajam com uma atitude sincronizada. Tenho vários anos de gestão de fóruns semelhantes e posso garantir-te que conheço este padrão interventivo. Não deves deixar aparentar tanta presunção, as pessoas mais impulsivas ou menos habituadas a estes andamentos, poderão pensar que és de facto presunçoso e interagir contigo no mesmo modo :| O que na realidade não é bom para ninguém. Eu compreendo que não queiras mal a ninguém e que provavelmente de presunçoso tens pouco, acredito que serás uma pessoa com qualidade profissional e de alto sentido de responsabilidade, tendo como tal, muito para ensinar e partilhar. Mas atenção colega, um pouco mais de contenção e assertividade nas intervenções pelo fórum fora, todos ganharíamos com isso.

Desejo-te a ti e a todos os investigadores portugueses, a maior sorte do mundo nos vossos concursos... Desde que me deixem uma bolsa para mim!!! :P
(atenção nowkissyou, este é um típico comentário brincalhão, vê-se pelo smiley ;) a atitude é positiva, responde-se com outra positiva também ;) )
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