Estou interessada em bolsas de estudo ou apenas uma ajuda de custo para meus estudos...
Entou em busca de mestrado e como sou brasileira e falo portugues, gostaria de saber se seria muito dificil eu conseguir uma bolsa para fazer meu mestrado em portugal...
e possivel conseguir esta bolsa?
COmo devo me inscrever?
Uma outra duvida: onde eu encontro os calendarios com as datas para me candidatar a essas bolsas?
Quanto tempo antes eu preciso me programar para conseguir uma bolsa dessas? preciso estar em portugal??
Muito obrigada a todos...
Com o aumento da oferta de mestrados e sobretudo com a uniformização do espaço europeu de ensino superior (modelo de Bolonha), a frequência de mestrado tornou-se muito mais comum e encontrar bolsas de apoio à frequência de mestrado é praticamente impossível. A FCT não as atribui e não conheço outra instituição que o faça.
O que poderá ser uma hipótese é conseguir uma bolsa de investigação num projecto, que permita que o trabalho desenvolvido seja usado para a elaboração da tese de mestrado. Assim, garantirias um apoio mensal. No entanto, as propinas do mestrado teriam de ser suportadas por ti.
Há ainda outro tipo de bolsas, relativas à acção social, mas que não estão no âmbito deste fórum. Também não conheço as condições de atribuição dessas bolsas.
Quanto às bolsas de projecto de investigação, que o Tiago referiu, possivelmente o melhor sítio para encontrares uma é http://www.eracareers.pt/ Ou então procura neste fórum na secção Anúncios (bolsas, ofertas de emprego, outros), http://forum.bolseiros.org/viewforum.php?f=2
Creio que tens 2 aproximações: ou encontrar um mestrado e tentar encontrar um projecto na tua área nessa faculdade e tentar concorrer, ou encontrar um projecto que te aceite e depois aderir a um mestrado nessa universidade.
Quanto às bolsas de acção social, nota que são pequenas e quase de certeza exigirão no mínimo autorização de residência em Portugal para concorrer, se não mesmo a nacionalidade. Sendo que com a crise económica que actualmente se vive em Portugal, o número de bolsas actualmente é reduzido. Quando (se) escolheres um mestrado, contacta os Serviços de Acção Social dessa universidade para saberes se és elegível.
Outra possibilidade é encontrares um mestrado que tenha aulas no período pós-laboral / noturno e encontrares um trabalho.
Nota que propina aqui é o nome do pagamento à universidade para frequentar o curso.
Se o mestrado que escolheres for uma continuação de um curso de 1º ciclo (aqui chamado "licenciatura") provavelmente andará à volta de 1000 euro/ano, cerca de 2200 reais.
Mas há mestrados muito mais caros, em particular se não forem continuação de um curso de licenciatura.
Isto em universidades públicas. As privadas terão outros preços, mais caros.
Aqui em Portugal, pós-graduação é normalmente um ano de cadeiras, ou seja, como um mestrado sem tese. Não dá qualquer grau académico.
Algumas universidades portuguesas, que considero entre as mais prestigiadas:
Nota que envio o site da universidade, mas na maior parte dos casos terás depois de procurar a Faculdade/Escola/Instituto da área que pretendes (não sei se no Brasil também têm estas designações).
Para perguntar sobre bolsas de estudo (para estudantes carenciados), procura os Serviços de Acção Social de cada universidade.
Para as bolsas de projecto, são no fundo empregos, deves concorrer como a qualquer projecto de investigação / emprego no Brasil.
Damiano veio estudar para Lisboa para poder trabalhar no Brasil
Bárbara Wong
Universidades portuguesas apostam na internacionalização e recebem cada vez mais estudantes estrangeiros. Hoje são quase 18 mil
Quando Damiano Pasquetto, de 26 anos, chegou a Lisboa sentiu-se perdido. As primeiras semanas foram para conhecer a cidade, o Instituto Superior Técnico, da Universidade Técnica de Lisboa (UTL), onde veio terminar o 5.º ano de Engenharia de Gestão, e para encontrar um quarto. "Sou um estudante estrangeiro. O quarto tem janela? Quanto custa?", terão sido das primeiras frases que aprendeu em português.
A Universidade de Pádua nada tem a ver com o Taguspark, onde estuda para completar a tese. Assim como a clássica Vicenza, perto de Veneza, não se parece com Lisboa. Antes de chegar nunca tinha comido bacalhau, pelo menos como os portugueses o comem. Gosta do país mas sonha com voos mais longínquos. A língua portuguesa pode ser a porta de entrada para um mercado de trabalho maior como o brasileiro, aspira.
O italiano Damiano faz parte de um grupo cada vez maior de estrangeiros que vêm para Portugal estudar, seja através dos programas de mobilidade como o Erasmus, seja para fazerem um ciclo completo, como muitos dos que chegam dos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) ou do Brasil.
Em 2008/09, período a que se reportam os últimos dados disponíveis na página de Internet do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, 6225 estrangeiros entraram no 1.º ano de um curso superior, pela primeira vez. No total, em todas as universidades e politécnicos, havia 17.900 a estudar - mais 40 por cento do que no início da década.
Coimbra à frente
O número de alunos estrangeiros tem crescido nos últimos anos. Em 2000/01 eram 12.717. Sete anos depois eram mais 5100. E este ano lectivo o número terá crescido, devido à aposta que as instituições têm feito na internacionalização.
Esta passa por uma série de iniciativas (ver caixa) - uma delas é o programa de acolhimento. Damiano Pasquetto só se sentiu realmente bem quando fez amigos. Antes disso andava perdido, confessa. Diogo Coimbra, do 5.º ano de Engenharia Aeroespacial, foi escolhido pela instituição para ser o seu "mentor", alguém que o ajudou a integrar-se na escola, na cidade e na língua - quando chega à cafetaria, Damiano ainda tem que pensar se quer um bolo, uma bola ou uma bala, conta a rir.
Em termos nacionais, a Universidade de Coimbra (UC) é a que recebe mais alunos estrangeiros. Há dez anos tinha 1728, hoje são 3519, que representam 15,7 por cento do total. Destes, cerca de 2300 são estudantes que fazem um ciclo completo, a maioria oriundos dos PALOP e do Brasil. "Há um prestígio internacional" associado a este número, reconhece a vice-reitora Cristina Robalo Cordeiro. O sítio de Internet da UC está entre os 20 mais visitados das instituições universitárias europeias, diz.
As universidade de Lisboa e do Porto apresentam dados do ano lectivo passado: 3686 e 2373 alunos, respectivamente. A UTL avança com um número provisório de 2610 estudantes estrangeiros para este ano, provenientes de 84 países, o mesmo número de países representados na UP.
"A UTL tem vindo crescentemente a ser procurada por estudantes que visam realizar estudos de pós-graduação, mestrado, doutoramento e pós-doutoramento, reconhecendo a qualidade dos seus investigadores e a relevância dos projectos que aqui decorrem", declara o reitor Ramôa Ribeiro.
O que fazem as instituições para atrair estrangeiros?
Feiras nacionais e internacionais, protocolos e parcerias com universidades estrangeiras, contratos de investigação, integração em redes universitárias internacionais. Estas são algumas das estratégias seguidas pelas instituições portuguesas para captar mais alunos estrangeiros.
Portugal é um país interessante para milhares de estudantes estrangeiros. As universidades do Porto (UP) e a Técnica de Lisboa (UTL) recebem alunos de 84 países. No caso da UTL, no início deste ano lectivo, havia 21 alunos chineses, 13 indianos, um libanês e outro do Zimbabwe matriculados. "A internacionalização é vista pela UTL como uma forma de desenvolver competências interculturais e de cidadania global dos estudantes e demais população académica", defende Ramôa Ribeiro, reitor da Técnica.
A internacionalização serve para a mobilidade de alunos estrangeiros e portugueses - os nacionais também se deslocam, mas em menor número, lamenta Cristina Robalo Cordeiro, vice-reitora da Universidade de Coimbra (UC) -, mas também para a mobilidade de professores e investigadores. O prestígio destes pode servir para atrair alunos de doutoramento, revela a vice-reitora da UC.
A internacionalização também se faz por protocolos, como o que foi feito pela Universidade de Lisboa (UL), de criação de um consórcio Erasmus para estágios em empresas, revela Maria Amélia Martins-Loução, vice-reitora da UL.
As universidades apresentam Portugal como um país acolhedor. A localização das instituições, o multiculturalismo, o "clima temperado, a gastronomia atraente, a animação cultural e as condições de segurança" são algumas das razões que atraem os estrangeiros, reconhece a vice-reitora da UL.
O acolhimento e o apoio dado aos estudantes são outras mais-valias. A UP prepara todo o processo burocrático de chegada e dá acompanhamento médico especializado. Os alunos que não conseguem lugar nas residências universitárias são encaminhados para uma lista "segura" de apartamentos e casas habitualmente arrendadas a estudantes, explica Raul Santos, do gabinete de imprensa da UP.
Em Coimbra é oferecido um curso semestral de Português, que dá créditos ECTS (Sistema Europeu de Transferência de Créditos). Há uma associação de estudantes só vocacionada para o apoio aos estrangeiros. Na UTL existe o cuidado de acompanhar todos, mesmo aqueles que vêm apenas por uma semana ou alguns dias, através de passeios turísticos que permitem conhecer a capital, Sintra ou Cascais, ir aos bairros típicos e ouvir o fado. B.W.
