Re: Resultados BD/BDE 2013
Posted: Mon Dec 23, 2013 8:07 am
hummm não achas que ja estão todos à lareira a comer e beber à grande?
Fórum dos Bolseiros
https://bolseiros.org/murof/
De certeza! ahhahaahmc86 wrote:hummm não achas que ja estão todos à lareira a comer e beber à grande?
Como bom organismo publico tem obrigação dissosmarce wrote:hummm não achas que ja estão todos à lareira a comer e beber à grande?
Já perdi a esperança de sair por estes dias...mc86 wrote:liguei pa fct para verificar se a resposta de janeiro se mantinha, mas ninguém atendeu.
Também ando há anos de bolsa em bolsa, a dar aulas gratuitamente, entre promessas encompridas, humilhações e chantagens.. Aguentei-me porque quero continuar na investigação, porque há muito a fazer na minha área em Portugal e gostaria poder continuar a contribuir para melhorar o ensino. Estou a tentar uma BPD pela segunda vez e este ano vai ser impossível.. Quando penso que não vou ter bolsa sinto-me aliviada, pelas mesmas razões que dizes tu.cmf1 wrote:Recentemente ganhei um concurso público para um lugar de técnico superior numa autarquia na minha área. Apesar de ainda estar na fase de reclamações e de, posteriormente, o concurso ainda ter que ser homologado pela Assembleia Municipal, tenho altíssimas probabilidades de ficar mesmo com o lugar. Ora, eu tenho andando a ver os vossos comentários (também concorri a bolsa) e só digo que SORTE QUE TIVE DE PODER DEIXAR ESTA VIDA DE MERDA, SEMPRE A SER MALTRATADO, SEMPRE À ESPERA DE MAIS UM CONCURSO, MAIS UMA BOLSA, MAIS UMA FORMA DE ENGANAR O DESEMPREGO.
É demais e nunca, mas NUNCA mais quero ter que depender de uma bolsa para Nada!
Outra coisa, o estatuto de bolseiro é tão injusto em comparação com os demais trabalhadores, que devia ser suficiente para se fizesse derramar algum sangue. E era isto.
Não sei se já aconteceu com mais alguém, mas já passei a "vergonha" de ir a uma instituição bancaria actualizar dados e a profissão "investigador, bolseiro, ..." não ser uma "profissão"... Sei que para muito de nós aos olhos de muita boa gente o nosso trabalho não tem qualquer tipo de valor.. somos estudantes, dizem eles, sem experiência...bela wrote:Eu sinto exatamente o mesmo que vocês! Concorri à bolsa mas se me puder ver livre disto de vez, acho que é o melhor que me pode acontecer. Enquanto um "bolseiro" não for tratado com um trabalhador a sério, como um investigador, como uma profissão, viver de bolsas é ser aos olhos de todos um estudante! Sinceramente, também me candidatei a bolsa este ano, mas desejo que saia a quem efetivamente a deseja e não me saia a mim. Porque isso vai perpetuar uma vida de bolseira. E daqui a meia dúzia de anos quando tentar entrar no mercado de trabalho vão-me dizer que não tenho experiência... Andamos literalmente a queimar neurónios, a trabalhar na investigação para ninguém dar valor a isso
TMCS wrote:Não sei se já aconteceu com mais alguém, mas já passei a "vergonha" de ir a uma instituição bancaria actualizar dados e a profissão "investigador, bolseiro, ..." não ser uma "profissão"... Sei que para muito de nós aos olhos de muita boa gente o nosso trabalho não tem qualquer tipo de valor.. somos estudantes, dizem eles, sem experiência...bela wrote:Eu sinto exatamente o mesmo que vocês! Concorri à bolsa mas se me puder ver livre disto de vez, acho que é o melhor que me pode acontecer. Enquanto um "bolseiro" não for tratado com um trabalhador a sério, como um investigador, como uma profissão, viver de bolsas é ser aos olhos de todos um estudante! Sinceramente, também me candidatei a bolsa este ano, mas desejo que saia a quem efetivamente a deseja e não me saia a mim. Porque isso vai perpetuar uma vida de bolseira. E daqui a meia dúzia de anos quando tentar entrar no mercado de trabalho vão-me dizer que não tenho experiência... Andamos literalmente a queimar neurónios, a trabalhar na investigação para ninguém dar valor a isso
aponto para esta quinta o sexta.Sarisa wrote:Ainda mantenho a esperança de amanhã quando estiverem a dar as 12 badaladas, finalmente surgirem os resultados. Vai valer a pena levar o portatil quando estiver a ver o fogo de artificio, para ir fazendo "refresh".
Um feliz 2014 para todos, com os projectos realizados na medida dos possíveis.
Amanhã será: cada badalada, cada "refresh"!
sandra.r.santos wrote:TMCS wrote:Não sei se já aconteceu com mais alguém, mas já passei a "vergonha" de ir a uma instituição bancaria actualizar dados e a profissão "investigador, bolseiro, ..." não ser uma "profissão"... Sei que para muito de nós aos olhos de muita boa gente o nosso trabalho não tem qualquer tipo de valor.. somos estudantes, dizem eles, sem experiência...bela wrote:Eu sinto exatamente o mesmo que vocês! Concorri à bolsa mas se me puder ver livre disto de vez, acho que é o melhor que me pode acontecer. Enquanto um "bolseiro" não for tratado com um trabalhador a sério, como um investigador, como uma profissão, viver de bolsas é ser aos olhos de todos um estudante! Sinceramente, também me candidatei a bolsa este ano, mas desejo que saia a quem efetivamente a deseja e não me saia a mim. Porque isso vai perpetuar uma vida de bolseira. E daqui a meia dúzia de anos quando tentar entrar no mercado de trabalho vão-me dizer que não tenho experiência... Andamos literalmente a queimar neurónios, a trabalhar na investigação para ninguém dar valor a isso
Olá, partilho convosco a minha experiência que é talvez um pouco inversa da maioria das pessoas... Sempre adorei investigação mas depois de terminar a licenciatura comecei a trabalhar sem ser na investigação em termos académicos. Fiz uma pós-graduação de dois anos e o mestrado sempre como trabalhadora-estudante. Com vários estágios, recibos verdes e trabalhos como professora, o trabalho mais estável que tive durou três anos, num Instituto Politécnico, integrada num projeto mas com um contrato como deve ser, onde fiz várias coisas inclusive investigação! Depois desse projeto fiquei no Politécnico como assistente convidada mas super precária, com aulas apenas durante o primeiro semestre... e entretanto fazendo outros trabalhos para conseguir sobreviver porque, como sou contratada/externa não posso ter um horário completo e também não tenho o doutoramento... Entrei no ano passado em doutoramento como trabalhadora-estudante, terminei em Novembro o primeiro ano e correu muito bem e candidatei-me a BD... Neste momento estou a dar aulas no Politécnico mas em Março mais uma vez termina o contrato, é o terceiro ano assim... Encaro a Bolsa de Doutoramento como uma possível porta para fazer algo que adoro e ter um ordenado que me permita sobreviver neste país a trabalhar na minha área... embora com todas as limitações e injustiças inerentes à situação de bolseiro... se bem que, por vezes sinto que, de alguma forma, possa ser um passo atrás... mas o plano B, caso não obtenha bolsa... é emigrar...
De salientar que neste país os recibos verdes são uma vergonha; temos todos os deveres e mais alguns e sem quaisquer direitos, em muitos casos é literalmente pagar para trabalhar...
Desejo-vos muita sorte e que o futuro próximo e a vida em geral vos sorria!
Força!
Sandra
Pessoal, por favor, não entremos por aqui e não comparemos aquilo que não é comparável. As injustiças que conduziram à Guerra Colonial nada têm a ver com aquelas que vivemos hoje em dia, numa sociedade democrática, apesar de tudo. Os Estatutos do Indigenato previam situações próximas da escravidão para os "indígenas" - que podiam, por exemplo, ser requisitados (compulsivamente) para trabalhar a troco de quase nada, ou eram obrigados por exemplo a cultivar algodão mesmo que tivessem de passar fome por não cultivarem comida suficiente, e além disto ainda eram enganados e explorados de várias outras formas por vários colonos "brancos" para além do que dizia a lei (ainda que nem todos agissem assim). Daí que houvesse quem estivesse disposto mesmo a morrer para lutar contra este sistema.cmf1 wrote:(...)
Sandra, há uns tempos via aquele documentário sobre o início da Guerra Colonial. Neste, um membro da FRELIMO explicava porque é que, em determinada altura, se juntou à guerrilha. Segundo o próprio, ele trabalhava como administrativo numa empresa e, apesar de terminado o antigo 2º ano do Liceu (atual 6º ano), ganhava quase metade que uma colega, branca, que tinha a 4ª classe. Abordando o patrão sobre o assunto, a resposta foi peremtória: ele era mais mal pago porque era "indígena". Vendo que, apesar de ter sida extinta a lei do indigenato, na prática nada mudava, o tipo decidiu passar à clandestinidade e pegar em armas.
(...)
Não... E só de pensar que, no caso de ter bolsa, o meu projecto deveria ter tido início hoje até me dá uma coisinha má... Esta incerteza mata-me.mc86 wrote:Então e novidades das bolsas? alguém ligou ou sabe novidades?