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BrunoCoutinho wrote:Existe também o corte no subsídio para ir a conferências, e para a produção da versão final da tese. O subsídio de coferências de 750€ para 4 anos é nada. Mas estes 2 tópicos acho que são menores ...

Já 1 por ano, para quem não tenha projectos, é o que é. Para quem esteja em Lisboa, p.ex., dá para ir a uma boa conferência internacional desde que se realize na zona de cobertura do L123.

BrunoCoutinho wrote:referes-te a este tópico:

- A exclusividade tem as exceções previstas no Estatuto da Carreira de Investigação Científica (equivalentes às previstas no EBI...), especificando-se agora que a docência permitida é para formação pós-graduada e com limite de 4 horas semanais em media anual (este limite está previsto no tal ECIC).

Isto deve afetar muito gente sim...

Sim, refiro-me a esse tópico. Acho de particular interesse só ser invocado esse ECIC para este efeito; olhem, por exemplo, para os índices remuneratórios de investigadores em regime de exclusividade e comparem com os valores das componentes pagas a bolseiros com as mesmas qualificações. Para além do mais, a restrição à formação pós-graduada é um acrescento da FCT (gostaria de saber com que fundamento).

D_Little_B wrote:

BrunoCoutinho wrote:Existe também o corte no subsídio para ir a conferências, e para a produção da versão final da tese. O subsídio de coferências de 750€ para 4 anos é nada. Mas estes 2 tópicos acho que são menores ...

Já 1 por ano, para quem não tenha projectos, é o que é. Para quem esteja em Lisboa, p.ex., dá para ir a uma boa conferência internacional desde que se realize na zona de cobertura do L123.

BrunoCoutinho wrote:referes-te a este tópico:

- A exclusividade tem as exceções previstas no Estatuto da Carreira de Investigação Científica (equivalentes às previstas no EBI...), especificando-se agora que a docência permitida é para formação pós-graduada e com limite de 4 horas semanais em media anual (este limite está previsto no tal ECIC).

Isto deve afetar muito gente sim...

Sim, refiro-me a esse tópico. Acho de particular interesse só ser invocado esse ECIC para este efeito; olhem, por exemplo, para os índices remuneratórios de investigadores em regime de exclusividade e comparem com os valores das componentes pagas a bolseiros com as mesmas qualificações. Para além do mais, a restrição à formação pós-graduada é um acrescento da FCT (gostaria de saber com que fundamento).

Hmm... acho que doutoramento conta como pós-graduação.... É diferente de pós-doutoramento.... pelo menos na forma como este termo é normalmente utilizado.

BrunoCoutinho wrote:

D_Little_B wrote:Sim, refiro-me a esse tópico. Acho de particular interesse só ser invocado esse ECIC para este efeito; olhem, por exemplo, para os índices remuneratórios de investigadores em regime de exclusividade e comparem com os valores das componentes pagas a bolseiros com as mesmas qualificações. Para além do mais, a restrição à formação pós-graduada é um acrescento da FCT (gostaria de saber com que fundamento).

Hmm... acho que doutoramento conta como pós-graduação.... É diferente de pós-doutoramento.... pelo menos na forma como este termo é normalmente utilizado.

Não é isso. O que está lá patente (já esclareci isto com a FCT) é que um bolseiro só pode dar aulas em cadeiras de mestrados e outras pós-graduações (e, aparentemente, ao próprio doutoramento!), não em cadeiras de licenciatura.

D_Little_B wrote:

BrunoCoutinho wrote:

D_Little_B wrote:Sim, refiro-me a esse tópico. Acho de particular interesse só ser invocado esse ECIC para este efeito; olhem, por exemplo, para os índices remuneratórios de investigadores em regime de exclusividade e comparem com os valores das componentes pagas a bolseiros com as mesmas qualificações. Para além do mais, a restrição à formação pós-graduada é um acrescento da FCT (gostaria de saber com que fundamento).

Hmm... acho que doutoramento conta como pós-graduação.... É diferente de pós-doutoramento.... pelo menos na forma como este termo é normalmente utilizado.

Não é isso. O que está lá patente (já esclareci isto com a FCT) é que um bolseiro só pode dar aulas em cadeiras de mestrados e outras pós-graduações (e, aparentemente, ao próprio doutoramento!), não em cadeiras de licenciatura.

Ok... Não percebo a lógica disso. Com a falta de recursos das Universidades faz mais sentido incentivar que os alunos de doutoramento dêem aulas de laboratórios, etc, do que proibir...

Não dá para perceber o que a FCT quer atingir com esse ponto.

A lógica é exactamente essa. Para dar aulas de licenciatura, que são muitas, era muito mais "fácil" arranjar um "espaço" do que para dar aulas pós-graduadas.
Logo, é uma forma subtil de limitar ainda mais a possibilidade de leccionar.

Na minha universidadwe vai dar ao mesmo... já que eles usam precisamente estas questões para não pagar aos bolseiros as aulas. Mesmo que tenhamos, como já foi o caso, até a regencia da cadeira...

*onde se lê "não pagam" deve ler-se "pagam com linha para o cv" e julgam que deviamos estar muito agradecidos..

Ok.... mas porquê de limitar o serviço docente aos bolseiros. O país está com grandes problemas financeiros e algumas das universidade nem se fala. Os bolseiros são uma mão de obra barata.

Talvez a FCT esteja preocupa com os abusos que os alunos de doutoramento possam sofrer. Mas olhando para as alterações, em que quase todas as medidas foram para poupar dinheiro, esta foi uma medida contraditória. Se calhar não directamente para a FCT, mas para o país de certeza.

Bruno, não sei, e julgo que ninguém saberá. Nem mesmo o Miguel Seabra, ou então só mesmo o Miguel Seabra.

Sei que em 2009, quando concorri eram 6h - logo era possivel ensino superior, mas também 1º/2º/3º ciclos ou secundário (dado que é o horario minimo). E sei, de muitos que antes de mim, recebiam da escola na totalidade (sabaticas e sem sabaticas) e da FCT (idem). Sendo que foi aí que a FCT impos algumas regras para evitar o que tantas vezes acontecia: malta a receber dos 2 lados, a usufruir de 48 meses de bolsa e PhD muitas vezes, nem ve-lo. Não ficarei, de todo, surpreendia se no futuro a FCT incluir no regulamento clausulas mais apertadas para a devolução das bolsas. Até porque, quando a FCT exigiu o reembolso, houve quem colocasse a FCT em tribunal, por estar omisso do regulamento...

O Presidente da FCT justifica a alteração dos montantes para doutoramentos no estrangeiro como a necessidade de rever a "generosidade" e adoptar modelos dos países desenvolvidos...: «Na abertura do Luso2012, o 6º Encontro Anual de Investigadores e Estudantes Portugueses no Reino Unido, Miguel Seabra disse querer incentivar os portugueses a procurar financiamentos alternativos aos da FCT. (...) “Não precisamos de ser tão generosos e podemos rever a generosidade com que financiamos as bolsas no estrangeiro”, afirmou Miguel Seabra à agência Lusa.
A questão não está, vincou, em desencorajar a realização de doutoramentos no estrangeiro, mas em adoptar um modelo idêntico ao “de todos os países desenvolvidos”.
“Vamos melhorar o nosso custo benefício sabendo, encorajando e ajudando os portugueses a procurarem financiamentos de outras fontes, que existem”, sustentou.»

Parece que, afinal, o que motiva esta alteração é outra forma de "generosidade"... podiam ser mais honestos na justificação das medidas, não?

Notícia no jornal Público (16.06.2012): http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3 ... o--1550672

Penso que ninguém deixa de concordar com o que ele disse, que é muito diferente de alterar as regras a meio do jogo para os bolseiros que já assinaram contrato e se encontram em actividade, comprometidos com uma instituição de acolhimento, com um orientador e com um projecto. Obrigar essas pessoas a encontrar, de um momento para o outro, 6.500 EUR adicionais para pagar propinas, não só é duro como completamente desleal. Especialmente se tivermos em conta que a cláusula de exclusividade impossibilita a obtenção de fontes de rendimento adicionais.

Não são 6.500, são 7.500€. Se se confirmar que o apoio para conferências passou a ser único e não anual são mais (ou menos) 750€. Se fizerem o mesmo no subsídio para viagens são outros 300 ou 600€.

Cristie wrote:«[...] “Vamos melhorar o nosso custo benefício sabendo, encorajando e ajudando os portugueses a procurarem financiamentos de outras fontes, que existem”, sustentou.»

Parece que, afinal, o que motiva esta alteração é outra forma de "generosidade"... podiam ser mais honestos na justificação das medidas, não?

Exactamente. Não vejo onde está o encorajamento a procurar financiamentos de outras fontes, quando os nossos regulamentos, a mim e a muitos outros, se habilitam a cortar uma dessas fontes de financiamento...

D_Little_B wrote:

Cristie wrote:«[...] “Vamos melhorar o nosso custo benefício sabendo, encorajando e ajudando os portugueses a procurarem financiamentos de outras fontes, que existem”, sustentou.»

Parece que, afinal, o que motiva esta alteração é outra forma de "generosidade"... podiam ser mais honestos na justificação das medidas, não?

Exactamente. Não vejo onde está o encorajamento a procurar financiamentos de outras fontes, quando os nossos regulamentos, a mim e a muitos outros, se habilitam a cortar uma dessas fontes de financiamento...

pois... tiro-vos o dinheiro para poderem ter dinheiro! seria cómico, se não fosse dramático.

Cristie wrote:“Não precisamos de ser tão generosos e podemos rever a generosidade com que financiamos as bolsas no estrangeiro”

Esta ideia de que as bolsas de doutoramento são quase como caridade (um acto de generosidade por parte do governo).... é no mínimo ofensiva.

«[...] “Vamos melhorar o nosso custo benefício sabendo, encorajando e ajudando os portugueses a procurarem financiamentos de outras fontes, que existem”, sustentou.»

Nao percebo como se no regulamento tb nos impedem de ter outras bolsas em conjunto com a da FCT (a nao ser previamente acordado - numero 1 do artigo 22 - ...e vai se la saber quais sao as condicoes para este acordo, pfff). Pelo menos podiam alterar este ponto para permitir financiamento conjunto de outras fontes nao provenientes de Portugal sem complicacoes...

Ele não disse "outras fontes, para somar à bolsa da FCT".
Ele disse "outras fontes".

Ou seja, quem vai para fora tem de arranjar bolsa de outra fonte que não a FCT.

No meu ver, existiam 2 hipóteses: não dar bolsas a estrangeiros, e eles que arranjassem financiamento no país deles para irem para fora, ou não dar bolsas a nacionais para doutoramentos no estrangeiro.
Tentaram no passado implementar a primeira hipótese, sem sucesso. Então, viraram-se para a segunda. E vejamos, se muitos dos países mais procurados pelos portugueses que vão para fora não dão bolsas aos cidadãos deles que querem ir para os estrangeiros, por que razão nós haveríamos de dar?

Vendo bem, somando tudo o que um bolseiro no estrangeiro tinha direito, é capaz de dar para umas 2 ou 3 bolsas nacionais.

Mush wrote:Pelo menos podiam alterar este ponto para permitir financiamento conjunto de outras fontes nao provenientes de Portugal sem complicacoes...

Procura por "majoração" no texto do Regulamento de 2012...

Pessoal,

a ABIC respondeu-me ao email a confirmar que se irao encontrar com a presidencia da FCT e que se for necessário irao obter um parecer jurídico sobre a situação.

a ABIC sugere que seja enviado um email para id.bolsas@fct.pt, e se deste email responderem que o novo valor de propinas máximo se aplica às bolsas já activas, então deveremos escrever para a Presidência da FCT (presidencia@fct.pt) a reclamar da situação, incluindo a cópia da resposta que recebeste da FCT.

Ja enviei o meu email, espero que todos o facam e se manifestem a ver se conseguimos reverter a situacao!

Abraco.

Ansia.. wrote:Pessoal,

a ABIC respondeu-me ao email a confirmar que se irao encontrar com a presidencia da FCT e que se for necessário irao obter um parecer jurídico sobre a situação.

a ABIC sugere que seja enviado um email para id.bolsas@fct.pt, e se deste email responderem que o novo valor de propinas máximo se aplica às bolsas já activas, então deveremos escrever para a Presidência da FCT (presidencia@fct.pt) a reclamar da situação, incluindo a cópia da resposta que recebeste da FCT.

Ja enviei o meu email, espero que todos o facam e se manifestem a ver se conseguimos reverter a situacao!

Abraco.

O primeiro problema é obter resposta de id.bolsas@fct.pt. Eles não me respondem à 3 emails.

Obrigado pela informação Ansia.
Porventura ninguém por aqui tem aquelas listas com os e-mails de todos os deputados (às vezes encontram-se essas listas na net)? É que queria começar a mandar mails para a Assembleia da República mas estar a ver o e-mail de cada um dos 230 deputados é um bocado chato.