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Viva!

Como e que podemos usar bench fees? O site da FCT e lapidar:

What are “bench fees”?

Bench fees are all the expenses for the grant recipient’s education that are required by the foreign academic institution. The only expenses accepted are those for consumables (for example, expenses related to purchase of equipment or office material are not funded). The maximum amount allowable for tuition/bench fees to be paid abroad is €12,500 per grant year.

Em:
http://alfa.fct.mctes.pt/apoios/bolsas/FAQ

Mas a verdade e que vejo varias situacoes onde as pessoas compram computadores e pagam viagens das bench fees. Suspeito que isto nao resistiria a uma auditoria da FCT... Ou sera que estou a ser pessimista demais?

O meu orientador deixa-me gerir as minhas despesas (desde que relacionadas com o trabalho, claro), e eu nao sei como posso gastar...

Eu tambem n percebo bem o que é que se pode incluir ou nao nas bench fees
Acho que a parte dos computadores está claro que nao pode ser.
Mas p.e. saidas de campo (custos de gasolina) que em áreas como biologia ou ecologia são necessárias, podem-se incluir nas bench fees?

Aguém me saberá ajudar: também faço phd no esrangeiro e na minha instituição de acolhimento não cobram propinas. Posso pedir/tenho direito a 'bench fees' para deslocações e aquisição de material bibliográfico para a minha pesquisa? Quem é que pode pedir isto à FCT e gerir-o meu orientador?

Obrigada pelo esclarecimento,
Vera

Ola,

tiagantao wrote: Mas a verdade e que vejo varias situacoes onde as pessoas compram computadores e pagam viagens das bench fees. Suspeito que isto nao resistiria a uma auditoria da FCT... Ou sera que estou a ser pessimista demais?

O meu orientador deixa-me gerir as minhas despesas (desde que relacionadas com o trabalho, claro), e eu nao sei como posso gastar...

Claro que quem faz isso está a abusar e corre o risco (real ou nem por isso) de ter problemas com a FCT... cada um sabe de si.. eu não arriscaria.

acho que depende muito da áera em que estás o que poderás ou não pagar com as bench fees. no meu caso são maioritariamente análises quimicas e químicos.. a FCT não teve problema em pagar.. enquadra-se nos consumivies...

anidras wrote:Mas p.e. saidas de campo (custos de gasolina) que em áreas como biologia ou ecologia são necessárias, podem-se incluir nas bench fees?

sei de casos em que a FCT não pagou as bench fees que foram pedidas para gasolina e outros gastos de saídas de campo... mas não sei se será assim para todas as despesas de campo ou existe algum outro critério...

vera.ff wrote:Posso pedir/tenho direito a 'bench fees' para deslocações e aquisição de material bibliográfico para a minha pesquisa? Quem é que pode pedir isto à FCT e gerir-o meu orientador?

nunca ouvi falar da FCT pagar bench fees para bibliografia, isso não são consumiveis pois não? mas lá está deve depender das áreas... também não acho que a FCT pague deslocações como bench fees... mas não sei...
eu enviei a FCT um documento assinado pelo meu orientador com a descriçao e valor de cada parcela das minhas bench fees. foi o suficiente. quem gere o dinheiro das bench fees são os meus orientadores atraves de uma conta na universidade...

Raquel

Esta historia das "bench fees" é mesmo assunto para deixar qualquer doutorando KO durante os 3/4 anos.
Sei que quem está a tirar o doutoramento no estrangeiro (como é o meu caso) tem regalias e não se pode queixar muito, mas ...

No meu caso o doutoramento é em informática, mais propriamente em paralelismo, e como podem imaginar as experiências que faço não usam produtos consumiveis (reagentes) mas sim computadores (diferentes arquitecturas / computadores).

Acho um pouco injusto que o laboratório onde trabalho não possa fazer uso destas "bench fees" só porque não faço um doutoramento em químico.
Isto quer dizer sem puder adquirir equipamentos (computadores) não posso fazer as ditas experiências, e compreenda-se que o laboratório já tem encargos suficientes ao adquirir equipamento para uso pessoal / material de escritório e não poderá agora adquirir novos equipamentos (computadores) que só iriam ser usados unicamente neste projecto.

Qual é a vossa opinião desta matéria ?
Será que apresentando motivos este tipo de "bench fees" até são aprovadas ?
O que pensão destas questões e o que deverei fazer ?

philfine,
muitas máquinas virtuais

Mas agora a sério, concordo contigo que a política de apoios monetários da FCT não é propriamente adequada e também concordo que como doutorando no estrangeiro não tenho grande lata para me queixar...

No entanto, é óbvio que um doutorando em Humanidades terá à partida necessidades diferentes das de um doutorando em Química, Electrotecnia, Informática, etc. O problema é definir justiça: justiça é aplicar o mesmo critério para todos ou aplicar o critério que melhor se ajusta às necessidades de cada área para que todos estejam em pé de igualdade para realizar a sua investigação?

A segunda interpretação parece-me correcta, mas não considera algo muito importante: os fundos disponíveis não são ilimitados. Exemplo: será preferível financiar 50 pessoas em Letras (que só precisam de livros [sic]), 3 em Química (que usam reagentes e alguns equipamentos) ou 1 em Informática que quer verificar experimentalmente os ganhos devidos ao uso de paralelismo e necessita de vários clusters (digamos de alta performance)?

Ou visto de outro ângulo, não será possível orientar a pesquisa de modo a não ser estritamamente necessário recorrer a equipamentos/consumíveis caros? Até que ponto é a FCT responsável? Não compete ao aluno e à instituição de acolhimento terem juízo e não se comprometerem (no plano de estudos) a fazer algo para o qual não possuem fundos? Isso faz-me lembrar um provérbio que involve uma expectativa, um ovo e uma galinha.

O conceito de bolsa de BD devia restringir-se ao aluno, não à instituição. Ou seja, as únicas despesas imputáveis ao aluno pela universidade são mesmo as propinas e taxas associadas (e eventualmente seguros obrigatórios), e isso a FCT já cobre. Quanto ao resto, eu preferia que ninguém recebesse "bench fees" e que o dinheiro poupado fosse canalizado, por exemplo, para projectos de investigação propostos pelas próprias instituições de acolhimento, já que aí sim haveria uma candidatura e um processo de avaliação de mérito exaustivo e não propenso a "situações onde as pessoas compram computadores e pagam viagens".

Se a instituição depende da FCT para providenciar condições aos alunos (i.e., não é auto-sustentável), devia era fechar as portas. A única coisa pior que ter poucas instituições de ensino superior/centros de investigação é tê-los, mas sem qualidade.

Finalmente, e para responder directamente à tua pergunta, acho que deves expôr o teu caso à FCT e tentar justificar a necessidade de adquirir equipamento. Fala também com o teu orientador e/ou departamento; o parecer deles (se bem que não muito isento...) pode ter algum peso. O pior que pode acontecer é veres o pedido recusado.

Talvez assim a FCT se aperceba que devia esclarecer tacitamente todos os bolseiros acerca das bench fees.

nowikissyou,
Obrigado pela rapidez de resposta.

Concordo plenamente contigo, inclusive na parte de nos tirarem as bench fees ...
Por favor nao entendas o meu post como uma queixa a minha instituicão pois até agora pode proporcionar-me excelentes condições de trabalho, muito melhor que qualquer universidade portuguesa conseguiria, pelo que percebi durante a licenciatura.

Do que me posso queixar sim é que, se realmente uns doutorandos têm uma "fonte" de financiamento para efectuar as suas experiências, então, eu também gostaria de ter, de acordo com as minhas necessidades, mas não de uma forma injusta.

Acho absurdo e exagerado o valor máximo para estas "bench fees" visto só alguns doutorandos os puderem usar. Isto sem pensar no valor de propinas, que no meu caso e quase irrisório.

philfine wrote:nowikissyou,
Por favor nao entendas o meu post como uma queixa a minha instituicão pois até agora pode proporcionar-me excelentes condições de trabalho, muito melhor que qualquer universidade portuguesa conseguiria, pelo que percebi durante a licenciatura.

lol, claro que não - o teu post pareceu-me perfeitamente válido

philfine wrote: Do que me posso queixar sim é que, se realmente uns doutorandos têm uma "fonte" de financiamento para efectuar as suas experiências, então, eu também gostaria de ter, de acordo com as minhas necessidades, mas não de uma forma injusta.

exactamente

philfine wrote: Acho absurdo e exagerado o valor máximo para estas "bench fees" visto só alguns doutorandos os puderem usar. Isto sem pensar no valor de propinas, que no meu caso e quase irrisório.

Aqui já não posso concordar porque eu, só em propinas (e numa univ. estatal), vou esgotar os 12.500€ e isto assumindo que o dólar não valoriza mais. Duvido que qualquer estudante de doutoramento nos EUA consiga ter dinheiro de sobra para gastar em bench fees.
Aliás, estudantes portugueses no MIT e em Stanford fazem as contas desta maneira: bolsa FCT/Fullbright + Full Time Assistantship + Summer Jobs - Tuition - Living Expenses = saldo 0 no final no ano.

Não sei até que ponto seria possível a FCT fazer como a Fullbright e tentar "acordar" caso a caso com a instituição de destino. Por exemplo, a FCT pagava metade e a outra metade seria paga pela univ. sob a forma de Assistantships. Pelo menos nos casos "extremos", este esforço extra da FCT era capaz de compensar face aos milhares de euros poupados cada ano.