Mudar a instituição que confere o grau, no fim dos 4 anos

[tvm]

Boa tarde,

Sabem se existe alguma penalidade por desistir do doutoramento ao fim dos 4 anos? Obrigam-nos a devolver parte da Bolsa? E por fazer o doutoramento noutro lugar?

A minha situação é a seguinte: tenho um doutoramento misto, mas um dos orientadores recusou-se completamente a colaborar. Infelizmente, era precisamente o orientador da instituição que iria conferir o grau, e onde paguei propinas ao longo dos 4 anos. Claro que o certo seria livrar-me logo dele no primeiro ano, mas andou a enrolar-me, dizendo que já ia estar disponível em um mês ou 2... até que se passaram 2 anos perdidos, e decidi começar a passar a maior parte do tempo na outra instituição. A FCT foi informada desta mudança, mas em termos muito "favoráveis" para o orientador que não colaborava.

Como perdi 2 anos, o doutoramento está a ter de se prolongar por mais uns meses. Entretanto inscrevi-me no doutoramento na outra instituição, e não tenho nenhum problema em fazê-lo lá. A pergunta é: terei de o fazer também na primeira instituição, por causa da FCT? O problema é que se o faço na primeira obrigam-me a pagar propinas da extensão. E não houve nenhuma colaboração da parte dessa instituição.

Mas a FCT pode-me pôr problemas, porque estiveram a pagar 10000 Euros de propinas a uma instituição que afinal não fez absolutamente nada, e em cujo doutoramento já não estou interessada. Para cúmulo, a outra insituição que realmente colaborou não tem propinas de doutoramento! Será que se agora disser à FCT que afinal faço o doutoramento por outra instituição (reparem, era um doutoramento misto, e a FCT sabia que eu lá estava). Mas se agora disser que o grau me é conferido por ela, obrigram-me a devolver as propinas que pagaram à outra?

Sabem se podemos marcar na FCT uma reunião "informal" com alguém que nos informe sem nos comprometer?

Obrigada,
T

[htavares]

Sinceramente não sei o que a FCT pode ou não fazer, ,mas não me parece que quem esteja a atender na loja do cidadão se possa comprometer com uma resposta. Creio que estas questões sejam analisadas caso a caso.

Se fosse a ti, escrevia uma carta muito bem fundamentada para a FCT e juntava uma carta do 2º orientador. O único problema que vejo é o facto de dizeres só alguma coisa ao fim de 4 anos, mas se ficar muito claro que o 1º orientador não colaborou pode ser que te deixem desistir do doutoramento naquela universidade e não tens de devolver nada.

A outra hipótese é simplesmente acabares o doutoramento com o 2º orientador, e entregares à mesma a tese na universidade que a FCT reconhece. O teu 1º orientador teria de lá ter o nome sem o merecer, mas paciência...

No meio disto tudo, quem é o teu 1º orientador? Que falta de consideração! Ele também tem deveres, segundo o regulamento dos bolseiros!

Força nisso.

[ssneves]

Boa tarde,

Sabem se existe alguma penalidade por desistir do doutoramento ao fim dos 4 anos? Obrigam-nos a devolver parte da Bolsa? E por fazer o doutoramento noutro lugar?

A minha situação é a seguinte: tenho um doutoramento misto, mas um dos orientadores recusou-se completamente a colaborar. Infelizmente, era precisamente o orientador da instituição que iria conferir o grau, e onde paguei propinas ao longo dos 4 anos. Claro que o certo seria livrar-me logo dele no primeiro ano, mas andou a enrolar-me, dizendo que já ia estar disponível em um mês ou 2... até que se passaram 2 anos perdidos, e decidi começar a passar a maior parte do tempo na outra instituição. A FCT foi informada desta mudança, mas em termos muito "favoráveis" para o orientador que não colaborava.

Como perdi 2 anos, o doutoramento está a ter de se prolongar por mais uns meses. Entretanto inscrevi-me no doutoramento na outra instituição, e não tenho nenhum problema em fazê-lo lá. A pergunta é: terei de o fazer também na primeira instituição, por causa da FCT? O problema é que se o faço na primeira obrigam-me a pagar propinas da extensão. E não houve nenhuma colaboração da parte dessa instituição.

Mas a FCT pode-me pôr problemas, porque estiveram a pagar 10000 Euros de propinas a uma instituição que afinal não fez absolutamente nada, e em cujo doutoramento já não estou interessada. Para cúmulo, a outra insituição que realmente colaborou não tem propinas de doutoramento! Será que se agora disser à FCT que afinal faço o doutoramento por outra instituição (reparem, era um doutoramento misto, e a FCT sabia que eu lá estava). Mas se agora disser que o grau me é conferido por ela, obrigram-me a devolver as propinas que pagaram à outra?

Sabem se podemos marcar na FCT uma reunião "informal" com alguém que nos informe sem nos comprometer?

Obrigada,
T

Olá T:

Não me parece que vas ter qualquer problema com a FCT com a mudança da instituição que confere o grau no teu doutoramento, especialmente porque até é uma das instituições oficiais de acolhimento. Embora não te possa dar um exemplo concreto, tenho quase a certeza que o teu caso não será o primeiro.
Parece-me que o que é realmente importante para a FCT é que concluas o teu trabalho e o teu doutoramento, e que nos agradecimentos da tua tese e publicações reconheças sempre o financiamento recebido.
Penso que deves informar a FCT da mudança, por email ou por carta, talvez juntando uma carta oficial da universidade onde estás a trabalhar e outra do teu orientador nessa instituição. Na tua carta/email, talvez possas explicar também à FCT que esta mudança foi necessária por não teres recebido o apoio necessário do outro orientador.
A questão de devolver parte da tua bolsa (propinas) nem se colca, pois pretendes concluir o teu doutoramento e cumprir assim aquilo que a FCT exige quando atribui uma bolsa de doutoramento.

Boa sorte.
Susana

[tvm]

Boa noite,

Obrigada pela vossa resposta. Enviei um mail à FCT, e quando responderem digo.
Sinceramente, penso que vou ter problemas se não fizer o doutoramento pela primeira instituição, porque a FCT lhe pagou milhares de Euros de propinas com base nesse pressuposto.
Se decidir abrir o completamente o jogo, de certeza que acabam por me dar razão. Mas isso implica entrar em guerra com o primeiro orientador, e poderia ser uma longa e feia guerra, que implicaria revelar mails enviados, etc.
E sim, o seu nome deveria ser divulgado, para mais ninguém cair na mesma situação. É uma espécie de cobardia, mas não estou muito preparada agora para ter mais problemas. Só quero acabar o doutoramento em paz!
Devia ser obrigatório termos "tutores" independentes, que fiscalizassem a acção dos orientadores ao longo dos anos. No meu caso, o que me salvou (mais ou menos) foi ter um co-orientador. E quem não tem?

T

[htavares]

"E sim, o seu nome deveria ser divulgado, para mais ninguém cair na mesma situação. É uma espécie de cobardia, mas não estou muito preparada agora para ter mais problemas. Só quero acabar o doutoramento em paz! "

Percebo perfeitamente que neste momento não o faças, até porque depois ele pode tramar-te de alguma maneira nos teus objectivos futuros. No teu lugar agiria como tu, provavelmente.

Mas se algum dia vires que ele já não pode interferir negativamente na tua carreira, por favor denuncia-o à universidade e à FCT. Orientadores que não orientam deviam ser penalizados, até porque segundo os estatutos do bolseiro temos direito a "Obter da entidade acolhedora o apoio técnico e logístico necessário à prossecução do seu plano de trabalhos; "

Mas o mais importante é que a tua situação se resolva. Abraço.

PS. Por mail a resposta costuma demorar muito, não te assustes (dá pelo menos 1 mês)