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novos critérios

Posted: Mon May 03, 2010 3:20 pm
by psalome
parece que esta ano diferenciaram os mestrados das licenciaturas:

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Re: novos critérios

Posted: Tue May 04, 2010 3:53 pm
by pedrovalinho
Alguém me saberá indicar quais os critérios de avaliação do mérito do candidato aplicáveis aos candidatos a BPD. Porque, se bem os critérios apresentados no guião 2010 dizem respeito apenas aos candidatos a BD, como diz o texto: "a FCT definiu a seguinte base de referência para os candidatos a BD"

O será usado para diferenciar um doutorado de outro? A classificação do doutoramento e os trabalhos publicados? Os estudos anteriores também contam? E como se pode calcular tudo isto?

Obrigado e boa sorte a todos os que vão concorrer.

Pedro

Re: novos critérios

Posted: Tue May 04, 2010 4:56 pm
by D_Little_B
psalome wrote:parece que esta ano diferenciaram os mestrados das licenciaturas
está igualzinho ao ano passado

Re: novos critérios

Posted: Tue May 04, 2010 5:10 pm
by trocasbaldrocas
Isto é mesmo bom. Com a entrada em vigor do processo de Bolonha aconselharam-me a fazer o Doutoramento directo (dado que tenho uma Licenciatura de 5 anos). Disseram-me que não fazia sentido fazer Mestrado.

A FCT está-me a avaliar para a BD com a média final de curso da Licenciatura de 5 anos. Que obviamente é mais baixa que a de um aluno de Mestrado de Bolonha que estudou os mesmos 5 anos (3+2). Os 2 anos de Mestrado de Bolonha não incluem aquelas cadeiras de início de curso da Licenciatura que bem conhecemos e baixam a média horrivelmente.

O resultado é que a minha média de Licenciatura de 5 anos põe-me no escalão mais baixo desta base de referência. Ao passo que se fosse feita a média das cadeiras dos últimos 2 anos, como para quem tem Mestrado de Bolonha, eu estava no escalão mais elevado.

O pedrovalinho colocou uma questão interessante. Quando gente como eu acabar o Doutoramento, vamos ser avaliados para uma Bolsa de Pós-Doutoramento pela nossa média da Licenciatura também? Esta situação é no mínimo ridícula se for o caso.

Conheço gente com menos publicações no estrangeiro que eu que têm bolsa. Eu não tenho. Estou a tirar o Doutoramento do meu bolso. Ainda bem que não estou a constituir família e não preciso de solidez financeira hein? Suponho que o objectivo do Estado com estas políticas deve ser baixar a taxa de natalidade para a minha geração.

Isto deve-se ao peso absurdamente elevado da média final de curso para a atribuição de bolsa. Eu digo absurdo porque está-se a usar uma pseudo-métrica. O método de medir o mérito do candidato devia ser feito por gente de fora da universidade em que tiramos o curso para ser verdadeiramente isento (teste escrito/oral, factor de impacto das publicações, etc).

E não me digam que não têm publicações. É suposto publicarem quando estão a fazer o Mestrado. A minha primeira publicação internacional (já tinha feito nacionais antes) foi feita durante a Licenciatura.

Re: novos critérios

Posted: Tue May 04, 2010 10:19 pm
by cmcm
Viva,

Concordo plenamente que o peso dado à licenciatura é excessivo na avaliação do candidato. Estes critérios nunca me pareceram muito claros, ou talvez a palavra mais indicada seja justos.

Enfim... FCT...

C

Re: novos critérios

Posted: Tue May 04, 2010 11:43 pm
by DC
Olá,

Há muito que sou contra os parâmetros de avaliação da FCT e em particular com o peso excessivo que a média de licenciatura tem neste processo.

Em Portugal vivemos numa obsessão pela média final de licenciatura que apenas compreendo por um motivo: é a maneira mais simplista (leia-se, que dá menos trabalho) de avaliar um candidato. Alguns aspectos importantes nesta questão:

1) Tenho dificuldade em compreender porque razão a média de licenciatura tem mais peso que a média de mestrado.

2) Tenho dificuldade em compreender porque razão se dão bolsas automaticamente a alunos com médias muito altas, sem nunca terem provado o seu mérito como investigadores através de publicações, e se rejeitam pessoas com médias mais baixas mas que já deram prova do seu mérito através de publicações.

3) Tenho dificuldade em compreender como se seleccionam candidatos pelas médias mas não pelas instituições em que se obtiveram os graus. Assim, os alunos que estudaram em instituições "mãos largas" relativamente às notas, acabam por ser benefíciados.

4) Tenho dificuldade em compreender porque razão este concurso nacional, "desgarrado dos candidatos", é o principal financiandor de bolsas de doutoramento e existe tão pouca autonomia para os orientadores e centros de investigação financiarem os seus alunos e serem posteriarmente avaliados pelas suas decisões.

Re: novos critérios

Posted: Wed May 05, 2010 2:08 am
by phlegmatic
Sobre o elefante branco do número de publicações como critério mais justo para atribuição de bolsas, permitam-me tecer 3 considerações.

1) Não se espera de um estudante que ainda não conclui a sua aprendizagem base, que este produza resultados novos. Se tal acontece, então é legítimo fazerem-se as duas perguntas seguintes:

a) é um aluno especialmente dotado?

- Se é, então concerteza terá uma média concordante com isso, excepto em muito raras excepções.

b) em que medida essa publicação é trabalho de qualidade? É mesmo um resultado novo? É sequer um resultado correcto? Foi o aluno que fez o trabalho ou este beneficiou de forma anormal da ajuda de um super-orientador?


Eu acho bem que ainda haja quem coloque alguma decência no que se está a tornar progressivamente o mundo da ciência com o advento destes sistemas métricos. Os sistemas métricos são precisos, mas a forma cega como são usados estão a fazer com que trabalho fraco e mesmo redundante seja publicado, e ideias realmente novas, que tipicamente exigem conhecimento profundo e períodos de tempo longos em termos de resultados tangíveis, sejam desincentivadas.

Pessoas que dominem os assuntos, e que assim sendo terão facilmente boas notas, é que são precisas para a ciência, e não recicladores de ideias, caçadores de troféus e produtores de papers numa vertente monkey-like.

Re: novos critérios

Posted: Wed May 05, 2010 2:29 pm
by FAmorim
Em relação a estes novos critérios gostaria de esclarecer uma questão que me cheira a injustiça grosseira.

Um aluno pré-bolonha que tenha optado por fazer um mestrado integrado, depois de uma licenciatura de 5 anos, tem a possibilidade (de acordo com as fórmulas de cálculo da média) de ver a sua média final subir significativamente. A título de exemplo não será difícil que um aluno com média de licenciatura de 13 ou 14, ao obter nota de tese de 19, tenha uma classificação final de mestrado integrado de 16 ou 17, obtendo assim um 4,0 ou 4,5 no mérito do candidato.

Por outro lado, um aluno pré-bolonha com a mesma média (13 ou 14) que realizou um mestrado pré-bolonha, e que por esse motivo tem mais um ano de formação que o anterior, mesmo que a sua tese tenha nota máxima, a sua classificação no mérito do candidato nunca irá além dos 2,5.

Estou a fazer uma má interpretação destes novos critérios ou quem tem um mestrado à moda antiga perde em toda a linha? Não deveria a FCT, no mínimo, fazer um cálculo das médias segundo um critério que colocasse todos os candidatos com o mesmo grau em pé de igualdade, ou há uns que são mais mestres que outros, sendo que neste caso os mestres com mais formação acabam por ser menos mestres?

Re: novos critérios

Posted: Wed May 05, 2010 3:11 pm
by Fernandex
Caro(a) FAmorim,

Concordo com o que diz. No que respeita à licenciatura, a FCT não quer saber se é de 3, 4 ou 5 anos - é tudo igual! Nos mestrados, distingue, favorecendo os integrados.
Antes da reforma de Bolonha, para se outorgar o grau de mestre era necessário investigar e escrever uma dissertação original. Agora, em muitos casos, conclui-se o mestrado fazendo um estágio.
Em termos relativos, a FCT favorece os candidatos mais jovens. Desvaloriza os elementos curriculares que estão para além da média de licenciatura (ou mestrado integrado) e que me parecem relevantes para quem se propõe ser investigador (como sendo publicações, participações em projectos de investigação, experiência docente, ...). Aqueles até +2.5 pontos referidos no guião são uma treta... Os Avaliadores olham para a tabela acima e mais nada.

Cumprimentos.

Re: novos critérios

Posted: Wed May 05, 2010 6:41 pm
by DC
Olá,

A métrica das publicações deve actuar em conjunto com a média mas não a substituir, Actualmente os critérios da FCT fazem o contrário: média de licencioatura pesa mais que tudo o resto!

"Se é, então concerteza terá uma média concordante com isso, excepto em muito raras excepções."

As excepções não são assim tão grandes, pois a média licenciatura apenas prova que o aluno domina conhecimento "já conhecido", nada diz da sua capacidade em gerar conhecimento novo (que o phlegmatic tanto defende). A prova disso só é possível, através de uma publicações internacionais com avaliadores de mérito reconhecido.


"b) em que medida essa publicação é trabalho de qualidade? É mesmo um resultado novo? É sequer um resultado correcto? Foi o aluno que fez o trabalho ou este beneficiou de forma anormal da ajuda de um super-orientador?"

Desculpe mas esta é uma falsa questão.... Isso também se pode questionar quanto à média... Quem garante que o aluno não copiou e/ou usou cábulas nos exames e nos trabalhos? Quem garante que o aluno não se "colou" a "super-colegas"? Que garante que os seus professores não foram mais "mãos largas" com as notas que os outros candidatos?

Obviamente, não defendo que a média de licenciatura seja "ignorada", só acho que não deve ser o argumento principal para dizer se um aluno deve ter bolsa ou não, como actualmente acontece em Portugal. O risco que corremos é exactamente esse, ter que pessoas que à partido são "geniais" mas que depois não são capazes de produzir nada de novo.

Recomendo uma leitura pelo seguinte documento elaborado pelo Professor Mor Harchol-Balter, Computer Science, Carnegie Mellon University:

http://www-2.cs.cmu.edu/~harchol/gradschooltalk.pdf

Chamo a atenção para a frase na página 3: "Research is very different from taking classes".

Re: novos critérios

Posted: Wed May 05, 2010 11:22 pm
by phlegmatic
"As excepções não são assim tão grandes, pois a média licenciatura apenas prova que o aluno domina conhecimento "já conhecido", nada diz da sua capacidade em gerar conhecimento novo (que o phlegmatic tanto defende). A prova disso só é possível, através de uma publicações internacionais com avaliadores de mérito reconhecido. "

Explica-me como é que dominando mal o estado da arte, se pode produzir algo de novo?
Depois, eu não compro, e não estou sozinho, essa coisa do "artigo publicado em revista boa, logo, todos os nomes lá inscritos tiveram um papel igualmente importante".
Eu até tenho dúvidas de alguns artigos publicados em revistas conceituadas.


"Desculpe mas esta é uma falsa questão.... Isso também se pode questionar quanto à média... Quem garante que o aluno não copiou e/ou usou cábulas nos exames e nos trabalhos? Quem garante que o aluno não se "colou" a "super-colegas"? Que garante que os seus professores não foram mais "mãos largas" com as notas que os outros candidatos?"

Bem, quer do ponto de vista regulamentar como do aplicado, é categoricamente diferente. É proíbido cabular e copiar nos exames. Não só é proíbido como é fácil de verificar se ocorre.

Mais, o grau de exigência de detalhe na compreensão de um tema que é exigido num exame supera e muito o grau de detalhe que se mostra num artigo. Dependendo do revisor que calha, artigos com erros não muito fáceis de identificar passam incólumes. Num artigo é mais fácil fazer de conta que se sabe, do que numa prova escrita supervisionada.

Houve um caso que ganhou algum relevo de um jovem investigador em matéria condensada que tinha uma taxa de publicação frenética. Chegou inclusivé a ganhar uma medalha. Contudo, algum tempo depois a comunidade comeu-o vivo porque ninguém conseguia obter os resultados que ele afirmava ter obtido. Chegou-se à conclusão que ele fabricava os dados. Portanto, ele passou bastante tempo a fazer má ciência. Eu aposto tudo em como é possível passar a vida toda a fazer-se má ciência sem nunca se ser apanhado, basta ser-se mais discreto, isto é, publicando resultados mais comezinhos, ou seja, resultados a tender para o banal/irrelevante.

Quanto aos professores mãos largas, não tenho razões para achar que não estão uniformemente bem distribuídos por todas as instituições de ensino superior. Logo, não é importante.

Para terminar, que fique claro que eu não estou a defender que um bom aluno é necessariamente um bom investigador. Tenho é muitas dúvidas que um mau aluno possa ser um bom investigador.

Re: novos critérios

Posted: Thu May 06, 2010 12:12 am
by Fernandex
Quem já publicou sabe que é muito mais difícil e trabalhoso publicar do que "marrar" e fazer exames. Tal como investigar um tema e escrever uma tese é muito mais trabalhoso do que fazer exames.

Acho que aqui ninguém está a defender que a média de licenciatura deve ser esquecida. Na minha opinião, a média de licenciatura deve ser o factor com mais peso na avaliação do mérito de candidato, mas não deve ser o único (como actualmente, na prática, acontece em quase todas as áreas).

Cumprimentos e boa sorte a todos os candidatos.

Re: novos critérios

Posted: Thu May 06, 2010 3:29 am
by jopr
post apagado depois de ter sido ignorado...

Re: novos critérios

Posted: Thu May 06, 2010 4:10 pm
by DC
phlegmatic:

Estás a partir de 2 dois príncipios que me parecem errados:

1) Que a licenciaturas em Portugal ensinam "muito".

2) Que o ensino em Portugal é uniforme.

As licenciaturas em Portugal (e até os mestrados) estão longe de dar uma formação que inclua o estado da arte para um doutoramento. É mesmo que dizer que depois de se aprender a ler e escrever pode-se fazer um doutoramento sobre Fernando Pessoa ou Luís de Camões. Para além disso, as licenciauras em Portugal têm fortes lacunas no que diz respeito a uma formação criativa e de espírito critico.

"não tenho razões para achar que não estão uniformemente bem distribuídos por todas as instituições de ensino superior."

Eu tenho.... Quem já contactou com diferentes instituições, alunos e docentes em Portugal percebe bem a diferença...

"É proíbido cabular e copiar nos exames."

Pois é, da mesma maneira que também o é fazer nos artigos. Um aluno pode fazer um exame com cábulas ou copiado pelo colega, tira 18 no final. O professor não deu conta. Qual a diferença entre aquele que cometeu fraude num exame ou num artigo?!
Só depende de quem avalia, no caso dos exames os professores, no caso dos artigos os pares.

O que queria demonstrar é que da mesma maneira que a "avaliação por artigos" tem falhas, a "avaliação pela média" também as tem. Mas se queres uma posição dogmática, estás numa livre vontade de o fazer, agora digo-te que não é a melhor posição para um cientista.

Tal como diz o Fernadex, não defendo a "ditadura do paper", mas rejeito por absoluto a actual "ditadura" da média, que acima de um certo valor tem-se bolsa e abaixo não se tem, o resto é para inglês ver.

"Tenho é muitas dúvidas que um mau aluno possa ser um bom investigador."

Isso do mau aluno é muito relativo, mau aluno em que sentido? Em Portugal, ocm uma formação deficiente? Em que fase da vida (um mau aluno é mau sempre?!)?

Re: novos critérios

Posted: Thu May 06, 2010 7:56 pm
by phlegmatic
Se a formação em Portugal é tão má assim em exigência (e podem ter a certeza que há muitas coisas que considero poderem ser muito melhores), como raio é que não têm boas notas facilmente? Se formos por aqui, acho que é ainda mais grave. A formação base é isso mesmo, a base. Sem a base, em ciência é difícil fazer-se alguma coisa.

Antes do espírito crítico convém dominar o 'amplamente estabelecido' para que as críticas tenham algum tipo de substância e não sejam apenas bitaites.

A isto acrescem as regras do jogo, jogo esse que já tem muitos anos sempre com a mesma regra geral: é a nota académica que tem prevalência. Ou seja, não faz sentido vir com essa conversa, porque todo o aluno que entra numa universidade e espera tornar-se num investigador sabe bem que para ter bolsa da FCT é melhor que, para além de aprender, mostre que aprendeu bem tendo boas notas.

Um aluno que vai iniciar um doutoramento é um candidato a investigador. Como tal, não faz sentido dar importância significativa a artigos publicados, uma vez que não é suposto ter artigos publicados!

Quanto ao mau aluno. Eu não estou a estabelecer o critério absoluto de mau aluno. De entre dois alunos, o mau aluno é o que tem pior notas. É essa a definição. Podem até ser todos bastante capazes no domínio de um corpo de matéria, mas há uns que são piores, e esses são os maus alunos. É isso que se faz quando se classifica e é isso que a FCT tem de levar em conta, uma vez que o financimento não é inesgotável.

Um mau aluno é mau aluno sempre? Claro que não. Mas como é que sei (eu, instituição que concede a bolsa) se deixou de ser um mau aluno? Pelos artigos publicados? Não é suposto, o caminho regulamentar é saber e demonstrar-se o que se sabe tendo boas notas.

Re: novos critérios

Posted: Thu May 06, 2010 11:04 pm
by Jorge Nunes
Um aluno que vai iniciar um doutoramento é um candidato a investigador. Como tal, não faz sentido dar importância significativa a artigos publicados, uma vez que não é suposto ter artigos publicados!

Quanto ao mau aluno. Eu não estou a estabelecer o critério absoluto de mau aluno. De entre dois alunos, o mau aluno é o que tem pior notas. É essa a definição. Podem até ser todos bastante capazes no domínio de um corpo de matéria, mas há uns que são piores, e esses são os maus alunos. É isso que se faz quando se classifica e é isso que a FCT tem de levar em conta, uma vez que o financimento não é inesgotável.

Um mau aluno é mau aluno sempre? Claro que não. Mas como é que sei (eu, instituição que concede a bolsa) se deixou de ser um mau aluno? Pelos artigos publicados? Não é suposto, o caminho regulamentar é saber e demonstrar-se o que se sabe tendo boas notas.
Caro phlegmatic

O teu ponto de vista, com o qual eu concordo em parte, é contrariado pela prática dos avaliadores da FCT, na concessão das bolsas de BPD, darem o mesmo peso à nota de licenciatura daquele que é dado no concurso para as BD.
Parece-me que neste caso o candidato já provou mais qualquer coisa do que o seu percurso durante a licenciatura, no entanto a nota desta foi determinante para a definição do mérito do candidato, conforme é mencionado na respectiva ficha de avaliação “A nota final foi ponderada tendo em conta a experiência científica e a nota final de licenciatura
Neste caso parece-me que os avaliadores seguem de forma religiosa a dita tabela (talvez por ser assim mais fácil o seu trabalho), pois nem consideraram mestrados pré-Bolonha realizados posteriormente à licenciatura, e que demonstram uma evolução nas aprendizagens do candidato.
Não me parece que este tipo de avaliação seja o mais correcto para as bolsas em questão.

Cumprimentos

JDN

Re: novos critérios

Posted: Thu May 06, 2010 11:54 pm
by DC
"Se a formação em Portugal é tão má assim em exigência "

Eu não disse que a formação não era exigente... Simplesmente disse que era deficiente, ou seja, incompleta. O que não quer dizer que aquilo que é ensinado seja mau.

"A isto acrescem as regras do jogo, jogo esse que já tem muitos anos sempre com a mesma regra geral: é a nota académica que tem prevalência."

Para quem defende tanto "o novo" e a geração de novas ideias, acho que estás demasiado preso ao passado. Se era assim no passado porque não havemos de fazer diferente?
Eu digo-te porque acho que devemos fazer diferente: porque estamos a desperdiçar talento (basta a ver a quantidade pessoas que não conseguem bolsa em Portugal e lá fora têm sucesso) e estamos a seleccionar algumas pessoas que na "teoria" são muito boas, mas depois os resultados cientificos ficam muito aquém das expectativas.

Mais: se um aluno quer ser investigador tem é que meter a "mão na massa", ver como é, e se tem aptidão para isso... E hoje em dia, em Portugal, não faltam oportunidades para isso acontecer...


"Como tal, não faz sentido dar importância significativa a artigos publicados, uma vez que não é suposto ter artigos publicados!"

Não?! Porque não?! Não ha projectos de investigação onde os alunos pós-licenciatura podem trabalhar?! E a média do mestrado?! Não há teses de mestrado que podem dar boas publicações?! Isto tudo não deve contar?! (A própria FCT financia Bolsas de Integração à Investigação)

"Mas como é que sei (eu, instituição que concede a bolsa) se deixou de ser um mau aluno? Pelos artigos publicados? Não é suposto, o caminho regulamentar é saber e demonstrar-se o que se sabe tendo boas notas."

O que é isso do caminho regulamentar?! Quem definiu esse caminho?! Onde isso está definido no regulamento das Bolsas da FCT?!

Re: novos critérios

Posted: Tue May 11, 2010 4:57 pm
by pedrovalinho
Caros todos,

Confesso que não quero entrar na discussão sobre a propriedade ou não dos critérios de avaliação. Da última vez aue concorri, em 2006,penso que não havia fórmulas de cálculo, pelo que cada painel de avalliação seria livre de avaliar o mérito do candidato de acordo com o que era apresentado no CV. As novas fórmulas de cálculo do mérito têm a vantagem de (potencialmente) avaliar todos os candidatos pelos mesmos critérios (por discutíveis que sejam) e o desmérito de tentar encaixar o mérito numa fórmula matemática, o que é algo paradoxal. E, no entanto, haverá outra forma de o fazer com alguma equidade?

A minha dúvida, porém, é outra. Já a coloquei aqui, mas a discussão foi noutro sentido. Mas queria voltar a colocá-la, para o caso de alguém me poder orientar. Se bem entendi, os critérios apresentados no guião 2010 dizem respeito apenas aos candidatos a BD, como diz o texto: "a FCT definiu a seguinte base de referência para os candidatos a BD." Alguém me saberá indicar quais os critérios de avaliação do mérito do candidato aplicáveis aos candidatos a BPD. Que critérios poderão diferenciar um doutorado de outro? A classificação do doutoramento e os trabalhos publicados? Os estudos anteriores também contam (Licenciatura e/ou Mestrado)? E haverá alguma fórmula de cálculo?

Re: novos critérios

Posted: Tue May 11, 2010 5:12 pm
by saragsilva
pedrovalinho wrote: A minha dúvida, porém, é outra. Já a coloquei aqui, mas a discussão foi noutro sentido. Mas queria voltar a colocá-la, para o caso de alguém me poder orientar. Se bem entendi, os critérios apresentados no guião 2010 dizem respeito apenas aos candidatos a BD, como diz o texto: "a FCT definiu a seguinte base de referência para os candidatos a BD." Alguém me saberá indicar quais os critérios de avaliação do mérito do candidato aplicáveis aos candidatos a BPD. Que critérios poderão diferenciar um doutorado de outro? A classificação do doutoramento e os trabalhos publicados? Os estudos anteriores também contam (Licenciatura e/ou Mestrado)? E haverá alguma fórmula de cálculo?
Olá "Pedrovalinho"
Boa pergunta. Eu encontro-me à espera do recurso da minha BPD mas já com olho na próxima candidatura, infelizmente. Aquando da elaboração da minha candidatura e como realmente o Guião de Avaliação de Bolsas 2009 apenas contemplava as normas base de referência para classificação do mérito de candidatos a BD, indaguei junto dos serviços competentes da FCT em que critérios me deveria basear para execução do meu processo BPD. A informação que obtive foi para que me baseasse na tabela das BDs, cuja aplicação era a mesma para as BPDs. Quando perguntei como podia ser a mesma, precisamente por haver mais coisas pertinentes a avaliar, foi-me dito que não havia guião para BPDs, que os avaliadores seguiam o das BDs e depois claro tinham em consideração outras coisas. (não sabemos quais, isso é deixado à sua consideração e as actas são bastante parcas em informação por vezes...)
Penso que tudo isto contribui para a desorientação de quem é avaliado e para uma grande dificuldade na preparação de uma potencial defesa...
Boa sorte!
Sara

Re: novos critérios

Posted: Tue May 11, 2010 7:17 pm
by mycota
Boas!

Não me pareceu razão suficiente para criar outro tópico, como tal questiono-o aqui.

Tenho uma Licenciatura com média de 17. Estou a acabar um Mestrado ainda sem publicações ou comunicações. Tendo em conta o número 9 do Artigo 19º do Regulamento de Bolsas (http://alfa.fct.mctes.pt/apoios/bolsas/regulamento2010), quais as possibilidades reais de ser avaliado pelo painel em 4,5 no mérito do candidato?

A questão é que parece que apenas a combinação mínima "Licenciatura 17 + Mestrado 17" darão ao pós-bolonha a possibilidade de somar 4,5 neste parâmetro. Ora, apesar de estar claro na minha candidatura que em Agosto/Setembro serei já Mestre, é neste momento impossível precisar a classificação que obterei neste grau.

Tendo em conta o regulamento, considerarão os avaliadores o meu Mestrado? Como o farão? Poderão subjectivamente atribuir-me uma classificação entre 4,0 e 4,5? Pergunto isto porque sinto injustiça em ser avaliado como 4,0, equivalente a apenas Licenciatura superior a 16, quando na minha realidade existe um Mestrado para além disso.

Outra questão da mesma família ou posta de outra forma. Um candidato de Licenciatura 17 será avaliado igualmente (4,0) como um candidato de licenciatura 19 + mestrado de 16? É porque segundo a minha interpretação do guião de avaliação, estão ambos no nível 4,0...Interpretei bem? É justo? Terão os avaliadores liberdade para avaliar o segundo caso em 4,4 por exemplo, distinguindo-o do primeiro?.

nota: as avaliações/classificações a que me refiro, são sempre as de mérito do candidato.



Obrigado ;)

Mycota